terça-feira, 25 de agosto de 2015

segunda-feira, 17 de agosto de 2015

A dieta em diferentes ambientes

Toda semana uma amiga minha emagrece dois quilos. Legal, né. Mas, o problema é que todo final de semana ela engorda os mesmos dois quilos novamente. O que acontece?

Existem pessoas que têm a capacidade de emagrecer durante a semana, mas ao mudar de ambiente no final de semana aquele esforço é desperdiçado. Esse é um problema comum. Muitas pessoas se liberam para comer a vontade no final de semana. Mas muitas vezes o paciente até quer manter a dieta, mas o ambiente, a rotina na qual está inserido cria as dificuldades. Seria como se durante a semana o ambiente reforçasse um comportamento positivo, a dieta, mas no final de semana o ambiente se tornasse aversivo a ela.

A questão é que nem sempre o paciente consegue evitar esses ambientes aversivos a sua dieta. É por isso que quem está fazendo uma dieta deve ter o apoio dos seus familiares e amigos. Ou pelo menos conversar com eles sobre o assunto, pois muitas vezes as pessoas mais próximas, as que deveriam ajudá-lo com a dieta, atrapalham.

Além da mudança na rotina, a maioria dos encontros sociais e familiares envolve comida. São almoços, jantares, festinhas, nos quais comer muito é sinal de aprovação do evento. No qual estar de dieta não é bem visto, e em alguns casos a dieta se torna até uma espécie de comportamento antissocial. Essa pressão social serve de justificativa para nos libertamos da dieta naquele evento, naquele dia, naquele final de semana. E em alguns casos, recuperar no final de semana o peso perdido durante a semana.

Escrevo isso para demonstrar que muitas vezes a dificuldade de emagrecer não está em encontrar a dieta certa, mas em reunir forças para não desistir dela quando as dificuldades surgirem. E para vencer essas dificuldades o paciente pode precisar de um psicólogo.

domingo, 9 de agosto de 2015

Acompanhamento Após a Cirurgia Bariátrica

Como psicóloga da área alimentar, muitos pacientes me procuram pela avaliação psicológica (laudo) para a cirurgia bariátrica. Mas alguns pacientes não continuam o tratamento após a cirurgia, ou só procuram ajuda após alguma complicação psicológica como uma troca de compulsão ou reganho de peso.

A cirurgia bariátrica é o momento ideal para realizar mudanças de comportamento. A própria cirurgia gera mudanças comportamentais tirando o paciente da sua zona de conforto. Ela obriga o paciente a comer menos, e isso deve ser percebido como uma possibilidade, um incentivo para mudar outros comportamentos. Um incentivo a comer mais devagar, a não ver a comida como um remédio para depressão e ansiedade, para mudar seu estilo de vida.

Para muitas pessoas é difícil romper a relação emocional que elas têm com a comida e isso pode gerar dois tipos de queixa após a cirurgia bariátrica.

A compulsão alimentar pode ser trocada por outra compulsão como alcoolismo, fumar, compras, entre outras. Quando o paciente não está psicologicamente preparado para a redução do prazer obtido na alimentação, ele pode buscar esse prazer em outras áreas de forma compulsiva. É por isso que a cirurgia é contraindicada para pessoas que fumam ou bebem demais.

A outra queixa está relacionada ao ganho de peso após a cirurgia. Alguns pacientes mantêm o vínculo emocional com a comida e se utilizam de artifícios para burlar a redução de estômago. Alimentos com poucas fibras, como doces e líquidos, praticamente não são digeridos pelo estômago, dessa forma podem ser consumidos em maior quantidade e frequência sem gerar aquela sensação de saciedade.

Após a cirurgia bariátrica, para evitar a troca de compulsão e o reganho de peso, o paciente deve continuar sendo acompanhado pela equipe multidisciplinar. Esse acompanhamento pode ser menos frequente, mas deve ocorrer regularmente inclusive com o psicólogo.

Gostou das dicas? Leia também meu Ebook sobre a Cirurgia Bariátrica.